Seguros: confiança do setor a espera de definições
Segundo pesquisa da Fenacor, empresas aguardam definições político-econômicas para que haja melhoria em suas expectativas e crescimento, em 2015.
O Índice de Confiança e Expectativas do Setor de Seguros (ICSS), calculado a partir de pesquisa realizada pela Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros), teve queda no mês de julho, registrando 68,3%. Segundo a pesquisa, o número – calculado de 0 a 200 – reflete a instabilidade econômica e política vivida pelo Brasil, o que influencia as empresas do setor, que iniciam agosto na expectativa pelo retorno do recesso parlamentar e as definições sobre as agendas do Congresso Federal por temas que possam alterar o atual cenário de negócios.
O presidente da Fenacor, Armando Vergílio, acredita que, com novas definições, é possível retomar um aumento no percentual. “O setor de seguros é estratégico para a economia por envolver 4% do PIB. Nosso índice é calculado com 100 grandes companhias. São empresários que acompanham todos os dias as notícias e definições socioeconômicos. O indicador de julho é uma resposta a tudo isso. Mas não quer dizer que ainda não tenhamos mecanismos de reação e organização para melhorias. Temos que pensar opções para o setor que envolve mais 80 mil profissionais em todo o Brasil”, avalia.
O ICSS é um indicador mensal que mede a confiança do setor de seguros no Brasil, sendo resultado de três variáveis: ICES (Índice de Confiança e Expectativas das Seguradoras), ICER (Índice de Confiança e Expectativas das Resseguradoras) e ICGC (Índice de Confiança das Grandes Corretoras). Todos números tiveram desempenho abaixo dos 70 pontos, após três meses de alta.
Indicador | Mar.15 | Abr.15 | Mai.15 | Jun.15 | Jul.15 |
ICES | 70,4 | 74,1 | 75,5 | 71,9 | 69,5 |
ICER | 66,2 | 71,4 | 71,6 | 71,4 | 68,3 |
ICGC | 69,9 | 74,8 | 77,5 | 71,5 | 67,1 |
ICSS | 68,8 | 73,4 | 74,9 | 71,6 | 68,3 |
O setor de seguros está sentindo alterações importantes da economia brasileira, como a queda nas vendas de automóveis, principal fonte de novos contratos, e a alta da inflação. Contudo, há boas notícias como rentabilidade que ainda se mantém, o que dá ânimo para que as empresas pensem em possibilidades de novos negócios em tempos de crise.
Expectativa de piora para a economia acima de 50%
No mês de julho, em relação ao crescimento da economia, todos os três segmentos da área de seguros ficaram com expectativas negativas em relação ao crescimento da economia brasileira. 54% das seguradoras, 55% das corretoras e 62% das resseguradoras esperam piora.
Avaliação (%) | Seguradoras | Corretoras | Resseguradoras |
Muito Melhor | 0 | 0 | 0 |
Melhor | 0 | 5 | 8 |
Igual | 18 | 20 | 8 |
Pior | 54 | 55 | 62 |
Muito Pior | 28 | 20 | 22 |
Total | 100 | 100 | 100 |
69% das resseguradoras esperam manter rentabilidade
Focando em rentabilidade, a pesquisa mostra boas expectativas para as resseguradoras: 69% delas esperam um cenário igual ao atual pelos próximos seis meses. Em junho, este número era de 54%. Ou seja, há boas notícias para este item analisado pela pesquisa. Isto se explica porque este tipo de empresa possui suas reservas em aplicações, que rendem juros, o que permite a compensação.
O mesmo ocorre para 50% das seguradoras. Já as corretoras, que lucram apenas sobre as vendas, 55% esperam piora. Este é um reflexo da estagnação da economia e do controle de gastos por parte dos clientes.
Avaliação (%) | Seguradoras | Corretoras | Resseguradoras |
Muito Melhor | 0 | 0 | 0 |
Melhor | 9 | 10 | 0 |
Igual | 50 | 35 | 69 |
Pior | 39 | 40 | 31 |
Muito Pior | 2 | 15 | 0 |
Total | 100 | 100 | 100 |
Faturamento tende a manter situação atual
Entre seguradoras e resseguradoras, a maior expectativa quanto ao faturamento é a de manutenção, mas com leve tendência de baixa. Em seguradoras, 56% das empresas esperam continuidade e 9% alguma melhora.
Para as resseguradoras, mesmo com o aumento para rentabilidade, 54% acreditam em perdas no faturamento. Na pesquisa de junho, quanto ao faturamento, as empresas de resseguro estavam mais animadas com o manutenção da receita: 62%. Em julho, este número caiu 16 pontos, fechando em 46%.
Avaliação (%) | Seguradoras | Corretoras | Resseguradoras |
Muito Melhor | 0 | 0 | 0 |
Melhor | 7 | 10 | 0 |
Igual | 56 | 40 | 46 |
Pior | 35 | 45 | 54 |
Muito Pior | 2 | 5 | 0 |
Total | 100 | 100 | 100 |